quinta-feira, 9 de julho de 2009

É bom sentir-me e ser mais do que tudo aquilo que sou.

Pena

Tenho pena de mim.
Pena,
Por ter sentido o amor verdadeiro,
E, não ter tido cordas para o amarrar,
Nem algemas para o prender.
Deixei-o escapulir-se
Por entre os meus dedos frágeis,
Amor esse que não volta mais.
Ai se o arrependimento fosse carrasco...
Mas a vida segue, atribulada.
Faltas-me por vezes.
O teu ombro amigo,
O teu ouvido atento de outrora,
Deixam saudade.
Companheira de mil horas(ou mais)!
Faltas-me por vezes,
E eu, tenho pena de mim.
Sinto falta de Amor.
Estou carente
Daquele beijo matinal que despercebidamente
Me arrebatava o coração desatento.
Aquelas manhãs proíbidas,
Submersas num sigilo absoluto
(Com que tanto sonhei),
Sucumbiram num segundo.
Onde estão os sonhos?
E as promessas?
Desilusão.
Sinto falta de ti, talvez...
Sinto realmente a falta
Do Amor que me despertava de manhã,
Que me brindava com insónia de noite.
Sinto falta daquele beijo molhado
Pelas gotas divinas de uma chuva Santa!
Nem sei sequer se te perdi...
Mas já sinto falta de Amor.

Batalhas perdidas

Deserto.
Esta areia movediça
Que me suga o futuro
Para um local inerte,
Atormenta-me.
Circula-me numa torrente avassaladora
O sentimento de querer ser
Acordado com um balde de água gélida,
Abanado com um tremor de terra
(De magnitude impossivel),
de ser esbofeteado com a dura realidade...
Pois durmo um sono impermeável a sonhos,
Raiado apenas pelos gigantescos pesadelos
Que me abafam a respiração,
Que me elevam o batimento cardíaco,
Que me assustam quase de Morte!
Quem me dera que o Sol
Se erga bem alto e me acorde
Com um raio suavemente incomodativo,
Mas que me acorde...
Este sono pesado
Incomoda mais do que andar a chuva,
Mais até do que o facto de ter perdido
Outra batalha da mesma Guerra...
É sempre a mesma Guerra!