segunda-feira, 19 de julho de 2010

20 de Julho de 2010

Persistência da memória
Que arrebata os meus sentidos,
Que me arranca suspiros do coração,
Que me arrasta para a confusão
Que me arranha esta breve solidão
E que me faz pensar em coisas boas,
Em alguns momentos, em algumas pessoas.
Oh persistência,  o que apregoas?
Alguns momentos mais desvanecidos
Da minha curta e atribulada história...

É tempo de mudar os tempos
Assim como mudaram as vontades.
É hora de revelar verdades
E de oprimir tormentos.

Mas persiste o passado
Gravado em fragmentos,
Em pequenos momentos...
No cofre sagrado.

Tudo isto é nostalgia.
Espero que o passado me ensine,
Espero que o presente me anime,
E que o futuro me sorria.

Presente

O fumo negro e mórbido e tenebroso
Transformou-se em espuma branca e cristalina
Sonhos constituídos de nenhuma matéria prima.
O futuro parece agora harmonioso...

Do amanhã, nada se sabe, verdade?
Então, desfruto o presente e o que ele representa.
Já nem o passado que passou me atormenta.
Aproveito a noite, e toda a sua fugacidade.

Hão-de erguer-se de novo Adamastores
E eu, cá estarei de novo para os enfrentar
Não há que temer nada neste novo mar...
Pois haverão sempre Ilhas dos Amores!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Operação Esperança

Quando tudo parece desmoronar-se em pedaços
Aparece, no meio das cinzas, um sinal de esperança
Progresso de uma Humanidade que não se cansa,
Que não se deixa demover pelos seus fracassos.

A vida flui de novo, embora mais atenta e cautelosa
O sol brilha de novo, ainda mais belo e cheio e pleno...
E de um pensamento sóbrio desenhado em tom ameno
Chego, por fim, à conclusão: a vida é bela e generosa!


(Quando um coração bate sem razão,
Há que dar-lhe amor como alimento
Pois, coração sem amor e sem alento
Não chega a valer um só tostão.)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

LXXXVII

O que lá vai, de lá não pode avançar
E, no fundo, não me censuro.

Mas, chego por vezes a acreditar
Que o passado me consome o futuro.

"Coisas"

Inspiração noctívaga
Ou desejo supremo de libertação?

Pensamentos excessivamente racionais
Aprisionados no fundo de uma mente saturada,
Assombram esta noite que me envolve.

São meras coisas, nada de mais...
Dor que transborda, dor malvada!
Mas, todo este imediatismo, nada resolve.

Torrente que me desatina
E me põe assim enjoado,
Também posso estar enganado
E ser só falta de nicotina.

Escuto já três badaladas,
Vislumbro ainda o quarto crescente.
Tudo o resto é silêncio agradável.

Mas tantas são as dores aprisionadas...
E ansiedade em forma de torrente
Completa a sinfonia frívola e imparável.

Desabafo que divaga
Ou arte em concepção?