quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Personalis

Pouco ortodoxo na forma
E, talvez, intrigante de sentido.
Um sentimento claro e contido
Que a minha fúria deforma.


Um conjunto de letras agrupadas,
Umas frases que me deixam despido
Em desabafo quase desmedido
Que desperta coisas malvadas!

Acontece, por fim, a tardia libertação
Seguindo o protocolo do estratagema.
É pena que seja um ciclo em rotação...

Não há como contornar o problema
E se persistir só há uma solução:
Insistir, e escrever outro poema.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Algo mais

No que me tornei,
No que o tempo me transformou.
Um pedaço disforme e confuso
De qualquer coisa que desconheço.

Olhar o céu, e quase lhe tocar
Sem poder acordar do sonho
É um dilema moral que me atormenta,
Que me tolda os sentidos...

A noite envolve-me com ternura
Mas não me acalma nem me conforta
Só me trás mais ansiedade e desejo
Pelo amanhecer que tarda em chegar.

Lá fora, o movimento agitado
De começo de um novo dia.
Cá dentro, nada de novo,
São as dores do costume.

É triste não fazer ideia nenhuma
Sobre o propósito da minha existência.
Não nasci predestinado  a algo nobre
Apenas nasci.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dúvidas

Hoje preciso de ti.
Hoje preciso de ti.

                           Nem existes sequer,
                                 Nem tão pouco te conheço
                           E acho que nem mereço
                                    Faça eu o que fizer.
                            Quero estar sozinho,
                                  Ouvir o silêncio,
                                                Ler a minha alma.


Quero descobrir algo
Sem saber ao certo o quê ou quem...
Nem sei onde devo procurar.

E tudo isto é um devaneio pertinente.

Dói-me o peito
De tão acelerado que está o meu coração.
Dói-me a cabeça
Por causa desta busca incessante de respostas.
Dói-me a existência
Porque nem me conheço.
E são dores tremendas.