terça-feira, 18 de maio de 2010

Alma Mater

Sou o mestre do fracasso,
Escrevo torto por linhas direitas
Preso nesta lucidez tremenda,
Condenado à loucura...

Esvoaça levemente,
Nesta escuridão tenebrosa,
Um sonho belo
(Quase impossível)
Cheio de cores agradáveis,
Carregado de cheiro a maresia,
Implorando um futuro melhor.

(Olhando para trás,
Vejo uma terra árida,
Carregada de prazer oculto,
E letal...)

Mas, carrego comigo o silêncio
Envolto em bruma e dissimulado,
Daquilo que se não pode contar ao Mundo.
P'ra ser feliz tanta coisa é necessária,
Que vou até perdendo a esperança...

A cada passo que dou ou não,
Cai em mim a razão de eu existir:
Não tenho alma nem coração,
Existo só a fingir.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Grito de Revolta em Silêncio

Se me encontrares perdido de mim,
Deixa-me ir na névoa da minha existência,
Nos braços da vida ténue.
Deixa-me mutilar com memórias possíveis,
Coisa de insano que, no fundo, me define.

Como quem grita, abafo a dor de um destino.
(Sem destino, sem nada)
Atentamente, seguindo o balouçar sigiloso do pensamento
E ondulando, de forma suave, os lábios numa melodia calma,
Chego a um porto de abrigo, num mar distante da realidade.

Se algum dia eu quebrar o silêncio prometido,
Não escutes uma palavra, ignora esta pobre e fraca alma...
Momentos que ficam nas memórias que perduram;
Pendentes, no altar das minhas dores medonhas.
A catedral impura que manda no que sou.


Sinto a alma em carne viva.