terça-feira, 7 de setembro de 2010

Algo mais

No que me tornei,
No que o tempo me transformou.
Um pedaço disforme e confuso
De qualquer coisa que desconheço.

Olhar o céu, e quase lhe tocar
Sem poder acordar do sonho
É um dilema moral que me atormenta,
Que me tolda os sentidos...

A noite envolve-me com ternura
Mas não me acalma nem me conforta
Só me trás mais ansiedade e desejo
Pelo amanhecer que tarda em chegar.

Lá fora, o movimento agitado
De começo de um novo dia.
Cá dentro, nada de novo,
São as dores do costume.

É triste não fazer ideia nenhuma
Sobre o propósito da minha existência.
Não nasci predestinado  a algo nobre
Apenas nasci.

Nenhum comentário:

Postar um comentário