sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Noite de chuva

Que sacana de dor de cabeça
E logo nesta noite de chuva admirável,
Que me translada para um local distante
Deste tempo e deste espaço.
Sinto inveja e saudade simultâneamente.
Que chuva divina, que ruído maravilhoso
Das gotículas que, sorrateiramente,
Embatem nos vidros das velhas janelas.
Já andei à chuva, por vezes, mas hoje,
Digo com uma certeza de sábio:
Pensar incomoda em dobro o incómodo
Que causa andar à chuva.
(A minha cabeça quase endoidece 
De tanto pensamento que nela circula.)
Quem me dera ter uma forma de controlar,
Um botão,um mecanismo de qualquer espécie,
Que me interrompesse o pensamento.
Bastava-me um par de horas,
Como dizem os Americanos nos filmes.

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